segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Fazer pesquisa qualitativa é...

Falar "O Bardin" e muito tempo depois descobrir que é uma mulher e a pronuncia certa é "BardAN". Então correr atrás pra arrumar um gravador, e passar a dar um valor absurdo para o celular, além da importância de mantê-lo limpo. Pode roubar o aparelho, mas não leva o cartão de memória!
Então parte fazer entrevista. Encontra a população ideal, marca encontro, tudo no jeito. Planeja uma lista de perguntas que farão você se sentir a Marília Gabriela, tudo pra ter depoimentos comoventes e importante. Óbvio que você esta pensando no impacto social e na publicação em uma revista de renome. Então você cai na real sobre a trabalheira que é transcrever e leva perguntas para render, no mínimo, 15 minutos.
Perguntas na mão, sala tranquila, celular em mãos (rezando para que ele não toque!). E começa a entrevista. Tudo o que você perguntou, seu entrevistado responde em 7 minutos, e você ali, cutucando, indagando, fazendo possível para a pessoa falar até completar 10 minutos. Porque menos que isso você vai ser comido vivo pela orientadora. Como disse a Deaba na última vez: você tem dois projetos científicos prontos e até agora não aprendeu a fazer entrevista. Paciência, respira fundo.
Ok, já deu. Você aperta o botão de pausa com todo o cuidado do mundo, como estivesse segurando um bebê de 22 semanas que está respirando com dificuldade. Tudo por medo do celular não dar pau e você perder aquelas lindas falas.
E então, quando você aperta pausa, no exato instante que você respirou aliviada "Terminou", o entrevistado solta "Ai complicado né... porque assim". E ele faz, ele diz. Então que o misto de prazer e agonia começa. O seu entrevistado começa a desembuchar, sem você fazer UMA pergunta. Ele fala tudo, fala o que realmente acha das coisas, o que ele não acha. Conta dos colegas do serviço, conta dos problemas particulares. Dispara de falar e você ali ó, com cara de coito interrompido, não sabendo se você ama ou odeia o sujeito. Interrompe: Por favor, deixa eu gravar? Resposta: Ah não... porque você quer saber disso. E você ali, sofrendo e ao mesmo tempo se deliciando por ouvir tudo aquilo.
Isso não aconteceu comigo só uma vez não. Aconteceu Várias vezes. Uma vez a mulher contou sobre a comunidade que ela trabalhava lá na PQP, "eu trabalhava na Sagrado Coração de Jesus.. vulgo Risca-faca". Marcou. Então você vai pra sua casa conformada e tem que transcrever tudo aquilo. Palavra por palavra. Detalhe por detalhe, se o sujeito riu, se chorou (já aconteceu), se alguém interrompeu (já aconteceu). Inclusive você tem que contar a PIADA que o entrevistado fez no meio da entrevista, que não tem nada a ver com o assunto, mas tem que estar lá registradinha. E pensando, será que a orientadora vai ler isso? A minha primeira orientadora leu... riu, mas não gostou.
Então é isso.... meses disso ai... Quando terminar eu coloco aqui o resultado.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Diferenças no idioma

Na Unidade que eu trabalho estão os médicos intercambistas dos Mais Médicos. Antes que alguém pergunte o que eu acho deles, já vou lhes dizendo: São médicos como outros qualquer. Acertos e erros, como qualquer outro profissional. Gente como a gente. Ponto.
Mas voltando para o causo principal. Doutora Cubana foi chamar o paciente e ao ler o prontuário, começa a rir sem parar. Eu estava passando por lá, e ela me chamou: "Priscila... chama esse paciente aqui pra mim", vou lá e chamo "Fulano TRANCOSO". Nessa eu fico sem entender né o porquê do riso e o porquê de eu ter que chamar.
Paciente e a médica entram na sala e tudo OK. Quando ele saiu, eu estava passando na frente da sala dela e ela me chamou pra explicar sobre a risada, com um sorrisão no rosto.
- Em Cuba, Trancoso significa (com gestos)



- Significa "Pintão"? Disse eu rindo,
Ela acenando com a cabeça, super envergonhada e ao mesmo tempo rindo.

- Ah... tem uma praia na Bahia com esse nome... mó bonito lá.
- Ohhh no... não faço muita questão de conhecer. E ela rindo sem parar.

Já pensou as pessoas da cidade ficarem sabendo que moram na verdade em "Pintão", com certeza
a praia ia bombar muito mais do que já é. Coisas que só as diferenças culturais no permitem saborear.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Um laboratório aleatório estava oferecendo churrasco para diversas UBSs aqui do Texas, e uma delas foi ... a minha. Regra: funcionário não podia levar acompanhante, só os filhos que fossem menores de 15 anos.
Então tô eu lá, indo comer o meu churrasquinho e peguei uma bebidinha. Era Nova Schin, então enrolei pra tomar uma. Só que uma hora eu falei: vamos lá! Tô lá sentada com os colegas, mas tinham duas avulsas na nossa mesa. Pra não ser mal educada, puxei assunto né: "Qual postinho vocês trabalham?"
- A o Posto X... e qual a Unidade que A SUA MÃE TRABALHA?
Pausa e respira, pq esse foi o maior elogio do ano. Que elogio lindo!
- Eu trabalho no posto Y. Sou "#$%&".

Cara de espanto dela. Minha cara de sorriso e um Obrigada gigantesco :). E eu ainda pergunto "Por que não sou levada a sério no serviço".


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Eu vi a Peppa

Hoje eu fiz o atendimento de uma pessoa com o sobrenome "Pinto Rosa". Sério, era esse o sobrenome. Pausa para risos. Pior, sem pausas porque a pessoa tava com Dengue. Tem noção o drama que atender uma pessoa com dengue, mas ter que se segurar (sério, você tem que segurar  muito pra não rir. O problema é que na minha mente só passava isso aqui




É pouca zoeira?

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Ser residente é...

Quando voltar de férias, ocorrer as seguinte situações:

- Roubarem seu armário. Não no sentido "Pegar e levar pra casa", mas invadi-lo.
Mas bem, o negócio foi assim: eu tenho um armário (luxo, eu sei!) e antes de entrar em férias, eu já nem levava cadeado, vivendo feliz durante um bom tempinho. Entrei de férias, mas deixei algumas pastas, com os meus relatórios caso minha preceptora precisasse. Quando volto, minhas coisas foram parar num armário velho e com portas caindo. Procuro Boss-Mór e fico sabendo do acontecido: voltou uma funcionária e ela tem problema na coluna e precisou pegar um armário mais no alto. Até ai sem problemas, mas meu armário fica na penúltima prateleira, então a desculpa não colou. E quem foi? Uma detestável lá que tem uma cobra piton como bicho de estimação. Nada contra cobra piton (na verdade, não gosto de cobra... mals ae!), mas acho que o bicho deveria habitar a natureza. Tudo ok pra animais domésticos... mas cobra nem é, então pra mim ela é detestável e liouca.
De acordo com ela... ela era a funcionária mais antiga, portanto... deveria ficar com o meu armário (???). O que eu fiz? Risos. Só deu pra fazer isso. Situação insana.

- Uma fulana perdeu algumas listas pelas quais eu era responsável e falou pra outra colega que fui eu que perdi. Acontece que ... eu estava de férias, e eu não era a pessoa que mexeu por último. Portanto, a culpa é minha, porque a culpa é do residente.

domingo, 23 de novembro de 2014

Ela não entendeu

Estava no meio de uma aula que tinha apresentações de vários grupos sobre situações que envolviam Bioética.  A atividade era assistir a apresentação e escrever uma reflexão em seguida. Todos estavam sentados meio que em roda, mas a minha fileira era de frente pra apresentação então meio que "expandia", dando a impressão que estava no fundão. Eu estava com uma colega do lado, e nós trocávamos alguns comentários e a professora estava do meu lado, olhando o tempo todo, fazendo uma cara de interessada.
Quando a apresentação terminou, a colega me fala: "Vê o que você vai escrever por ai, que eu leio o que você posta no face... tô sabendo que você é canhota".
"Ohhh magina, sou destra olha só". Como as coisas comigo precisam levar um certo tempo, só depois que eu falei que eu entendi que ela se referia a eu ser DE ESQUERDA e brinquei algo sobre a carteira e sobre eu ser destra.
Só que a professora estava prestando mesmo atenção na conversa e me fala: "Ai, pega a minha carteira, assim deve ser desconfortável pra você..."
Pra ver que não estou sozinha nesse mundo que entende as coisas "ao pé da letra". E que eu não sou a única que escuta conversa alheia.

Tô solteira, quero mais o que?

Prepare-se para o post mais idiota de todos.

Depois de começar com a acupuntura deu umas loucas em mim de ficar mais vaidosa. Depois eu conto direito como foi o caminho das pedras pra mudar o cabelo e vamos para o ponto que mais interessa: tô andando mais "arrumadinha". Principalmente depois da tirada de uma técnica administrativa dizendo que eu ando como um moleque. Mas esse não é o foco da conversa. Alias essa conversa não terá foco, há mil brechas para interpretações.

Fui visitar a família lá na aldeia de onde eu vim e estava andando sozinha na rua, como eu geralmente faço. Eu estava andando bem arrumada, com meu vestido favorito, com a minha sandália. E olha só, esqueci que é uma sandice uma mulher andar na rua, a pé, dessa forma. Tô eu lá, voltando pra minha casa, quando eu reparo (e não dou bola) que tem um sujeito com aquelas motos tipo Harley davidson. Tipo eu reparo e continuo não dando bola porque FO-DA-SE, eu tava pensando numa história de curativo (próximo post!). Mas o sujeito falava alguma coisa, e eu nem ai, continuo meu caminho. Ai eu percebi que veio atrás de mim com sua motoca. Eu ouvia alguma coisa, mas continuo nem ai. Quer coisa mais desagradável que homem fazendo fiu fiu pra você passar. 

(Abre aspas que eu vou divulgar o  http://catarse.me/pt/videochegadefiufiu)

Voltando pro assunto, quem dera que o cidadão se encaixasse só no perfil ali de cima. Porque eu acabei percebendo que ele estava atrás de mim. Então ele falava: moça, me dá seu telefone, te achei incrível. E blá blá blá. E té que não era feio  não. Mas entra essa a dúvida: até quando limites? 
Pode não ter sido ofensivo, mas eu disse não. Não te conheço, num to pensando em xaveco. Na real eu tava era pensando no curativo! 

Tudo termina com "Eu já disse não" "Porque não" "Se você não me deixar em paz eu vou ... eu vou chamar o meu pai" 
E sim essa é a única coisa que eu pensei, porque chamar apolícia era precipitado, e eu tava perto de casa. E meu pai é praticamente o Dom Corleone. Mentira, mas meu pai impõe respeito... ok, mentira d enovo, mas o cara não conhece meu pai! Ok, vergonha alheia, mas pensa que eu ja tava constrangida!

Óbvio que não funcionou e o cara continuou naquelas. Como eu queria que ele sumisse falei "Eu sou compromissada" e essa mentira deslavada funcionou? Primeiro que é mentira mesmo, tô há meses nessa solidão, que até deu dó de mim mesma quando o cara foi embora.

Mas sabe o que eu fico pensando: eu poderia REALMENTE ter me divertido com a situação e ter dado respostas melhores. Isso me dá raiva, eu poderia até ter feito uma triagem. Me veio uma ideia genial, porque eu não perguntei "Em quem você votou nas últimas eleições?". Sujeito tinha cara de ter votado no Aécio mesmo...